top of page

A representação e o esteriótipo de mulheres negras no cinema

girlsinaction20

Atualizado: 19 de mai. de 2020

Mulheres negras, além de ganharem menos e não ter muito espaço no mundo cinematográfico, quando tem um papel costumava ser retratada de maneira inferior, sendo muitas vezes hipersexualizadas.

Mas com o passar do tempo recebendo mais espaço, mais papeis e a imagem que merece. Podemos notar essa mudança no mundo das princesas, recebendo princesas negras, que mostram que são fortes e capazes, além de vários filmes que tem ganhado protagonistas negras.

Filmes com a historia real dos negros, com mulheres protagonistas e dirigido por negras merecem mais visibilidade. Por esse motivo a seguir veja uma lista de filmes muito interessante, que tem uma representatividade enorme, retirada do site "Portal Geledes"


1. “Selma” (2014)



O filme retrata a campanha de Martin Luther King para a garantir o direito da população negra estadunidense ao sufrágio. Dirigido por Ava DuVernay, o longa concorreu ao Oscar 2015 de Melhor Filme, mas não ao de Melhor Direção. Pessoalmente, não consigo compreender como se realiza um bom filme sem uma boa direção e, como eu, muitos outros veículos criticaram a Academia por conta da falta de indicações às realizadoras que muitas vezes assinavam o roteiro e / ou direção, como demais categorias da premiação, mas não foram indicadas como seus co-criadores homens.  Ava DuVernay tem outros dois longas de ficção lançados: “I Will Follow” e “Midlle of Nowhere”, cujas protagonistas são mulheres negras e levantam a discussão do papel da mulher, principalmente dentro de seus núcleos familiares. Ava já se tornou uma referência para as realizadoras negras de cinema pela qualidade de suas produções e por ser a primeira mulher negra diretora a ter um filme indicado ao Oscar.


2. “Night Catches Us” (2011)


O primeiro longa da diretora negra Tanya Hamilton narra os rumos que tomaram dois Panteras Negras após o fim do núcleo no qual estavam envolvidos. O recorte da diretora é inusitado, pois trata sobre os conflitos do passado e como eles continuam a reverberar na vida do casal de protagonistas, quais os bastidores das ações dos Panteras Negras e como alguns núcleos foram desmantelados. O filme conta com boas atuações e diálogos. Infelizmente, ainda, não há previsão para um novo filme da diretora.

 

3. “American Violet” (2008)



Pra quem acha que a luta da população negra terminou, está muito enganado. Ainda há muitas práticas institucionais de racismo e este filme que conta a história de Dee Roberts demonstra muito bem isso. Jovem, negra e mãe solteira, Dee foi presa por falsas acusações e enfrentou delegado e promotoria para provar sua inocência. A direção retrata esta heróina com respeito e primor, acompanhando-a a todo instante e lhe dando voz através da bela atuação de Nicole Beharie. Ótimo filme pra vermos como os tempos de luta ainda são necessários.


4. “Mother of George” (2013)


Atualmente, ouvimos muito falar de capulanas e tecidos africanos, admiramos suas texturas e estampas e, pouco, nos é apresentado sobre as culturas produtoras destes materiais. O filme “Mother of George” do diretor nigeriano Andrew Dosunmu narra a história de um casal nigeriano que vive em Nova York. Nos apresenta a cultura, as relações familiares e as pressões enfrentadas pelas mulheres desta etnia. O filme possui uma bela direção de arte com a riqueza de combinações de texturas combinada a uma bela fotografia da pele negra. A atuação dos atores é sensível com a delicadeza do trabalhos dos olhares em contraponto às palavras.

 

5. “Indomável Sonhadora” (2012)


Sou uma admiradora do realismo fantástico no cinema e na literatura e este filme é um dos melhores do gênero. Vemos o mundo através dos olhos da pequena heroína Hushpuppy (Qunvenzhané Wallis). Vemos a tragédia, a esperança, o amor e o desamor; e ao final sonhamos por um mundo onde todos tenham os mesmos direitos garantidos. O diretor do filme, Benh Zeitlin, decidiu realizar a história após a passagem do furacão Katrina no estado da Lousiana, dando voz às pessoas ali esquecidas. Grande parte da equipe era composta por estudantes de cinema e pessoas da própria região que aprenderam sobre diferentes áreas da produção. Alguns festivais não aceitaram a inscrição do filme por não ter uma equipe de profissionais sindicalizados e, curiosamente, o Oscar aceitou e a pequena Qunvenzhané se tornou a atriz mais jovem a concorrer ao Oscar com nove anos por uma atuação que fez aos seis.


6. “Falando de Amor” (1995)

O tema afetividade e amor estão muito em pauta dentre as mulheres negras. Reivindicamos nosso direito de ser amada, deixar de sermos preteridas e passarmos a ser escolhidas admiradas em nossa força e beleza.  Este filme que entrelaça a história de quatro amigas, nos faz refletir sobre nossos relacionamentos, ao que nos submetemos e ignoramos em busca do amor. Bela produção, mas que ainda me faz questionar porque não podíamos ter uma mulher na direção? Adoro o Forest Withaker, mas sinto falta de uma mulher negra retratando nossas histórias.


7. “O Julgamento de Viviane Amsalem” (2014)


Filme muito potente em suas atuações e direção, consegue sintetizar em imagem e som o sentimento de Viviane, uma mulher judia que busca o divórcio perante um fórum composto por rabinos em um estado Israelita onde a mulher só se separa a partir da concessão do homem. Nos sentimos na mesma prisão que a personagem, questionamos estes preceitos seculares que inviabiliza a voz da mulher e a coloca abaixo do homem a todo instante. Belo filme e muito contemporâneo as questões atuais do Brasil sobre o direito das mulheres e a religião.


8. “Teta Assustada” (2009)


Muito dificil falar sobre este filme que coloca em pauta tantos temas: machismo, tradição, cultura, colonização…A diretora Claudia Llosa conseguiu através desta narrativa condensar questões muito delicadas da sociedade peruana e, em muitos pontos, latino americana. Filme para questionar o papel da mulher dentro destas sociedades a falta de voz, o medo. É importante compararmos, também, a direção feminina e a masculina como se dá o espaço das mulheres nesses diferentes gêneros de direção.


9. “Família Alcântara” (2006)

O filme conta história da família Alcântara formada por 78 pessoas de etnia bantu (origem da maioria dos africanos escravizados na América), que acreditam descender de povos que foram levados para Minas Gerais em 1760, e postos a trabalhar em plantações. Lilian Solá Santiago foi homenageada em Brasília por ter sido a primeira cineasta negra a ter um filme de média-metragem documental exibido em circuito comercial.


10.“Preciosa” (2009)


De forma crua a personagem de Gabourey Sidibe, Claireece “Preciosa” Jones nos é apresentada de forma quase documental. O racismo, sexismo e gordofobia são elementos que constitui a construção da personagem.  É difícil acreditar na curva da personagem que se vê praticamente sem saída, mas que se refugia em seu imaginário para tentar suprir as várias opressões. Segundo a escritora Sapphire, ela deve parte da construção da personagem Preciosa à brasileira Carolina Maria de Jesus, uma catadora de papel semianalfabeta que se tornou best-seller no Brasil nos anos 60. Outra curiosidade é que Oprah foi produtora de set do filme.



Por Beatriz Fernandes

12 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page